A ligação de Ricardo Pereira aos enchidos e à carne de fumeiro não é familiar, nem é, tão pouco, antiga.
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Apresentado por
João Rodrigues, Feitoria
Texto de Tiago Pais
Fotografias de Tiago Pais
A ligação de Ricardo Pereira aos enchidos e à carne de fumeiro não é familiar, nem é, tão pouco, antiga. O atual responsável pela Beloteiros tinha — e tem — uma empresa de construção e essa é a sua principal atividade. Acontece que certo dia, em 2014, passou à porta da fábrica, em Arronches, e percebeu que o antigo proprietário tinha decidido encerrá-la. “Sou alentejano, gosto destas coisas. Não podia ser.”, conta-nos com o orgulho de quem decidiu recuperar um negócio e uma marca querida da terra, com mais de 30 anos de história.
Pegou na Beloteiros ainda a tempo de ir buscar algumas das antigas funcionárias e meteu mãos à obra. Garante que melhoraram todos os processos, e até a matéria-prima, numa altura em que pensa dar o passo seguinte e evoluir para a criação. Trabalha apenas com porcos alentejanos, da cabeça ao rabo, criados em herdades com centenas de hectares que comem de tudo o que houver no montado. “O segredo deles é o espaço”, confessa-nos, enquanto exibe uma barriga de porco em sal há uma semana: a gordura intramuscular não mente, é porco alentejano.
Atualmente, recebem o material do abate todas as quartas-feiras. Em média são 150 porcos por semana, que se reduziram a 20 no período pós-Covid. "Foi preciso recomeçar com calma", explica. A partir daí, começa o trabalho, à base de receitas artesanais, que depois se traduz num portfólio que inclui chouriços, farinheiras, lombos, paios, toucinhos e até uma inovação: cacholeira branca com porco preto. Todos fumados em lenha de azinho, a espécie favorita.