Loja do Sal

Sal

O negócio do sal começou com o bisavô Justino Lopes. O avô Artur Lopes deu seguimento e com ele aprenderam a matéria dada sobre os talhos, bem como acerca da extracção da flor de sal e do sal. As férias de Verão eram, por isso, sinónimo de animação para os irmãos João e Luís Henriques Lopes que, hoje, juntamente com o pai e a mãe, dão continuidade a esta actividade com 150 anos de existência na mesma família, em Rio Maior.

Rua Principal da Salinas, 24
2040-133 Rio Maior
+ 351 243 991 596/+ 351 968 446 323
lojadosal@gmail.com
www.lojadosal.pt

F
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Apresentado por
João Rodrigues, Feitoria


Texto de Patrícia Serrado

A Loja do Sal é o nome da marca criada em 2009, mas este negócio de família começa muito antes. “O meu bisavô começou com uma taberna.” Localizada à beira das salinas de Rio Maior era, em tempos idos, o ponto de encontro dos salineiros. “Os salineiros, quando iam à taberna, pagavam o valor da despesa com o sal e este sal era, posteriormente, vendido pelo meu bisavô”, conta João Henriques Lopes. 

A prosperidade reflectida pela venda deste produto, levou Justino Lopes, o bisavô, a arrendar alguns talhos, designação atribuída a cada compartimento das salinas, e decidiu “separar as águas”, no que aos dois negócios, diz respeito. Na sucessão de bens, é Artur Lopes, filho de Justino Lopes e avô da dupla João e Luís Henriques Lopes, que fica encarregue pelas salinas. “Ao todo são entre 20 a 25 salinas”, diz João Henriques Lopes. 

O gosto pela raízes e pela terra levam ambos os irmãos a ajudarem o avô, durante a as chamadas “férias grandes” de Verão, na exploração e venda de sal. “Havia uma altura do ano, em Setembro, que era a Feira da Cebola, o grande momento nas salinas de Rio Maior. Era um grande atractivo e as salinas ganhavam outro encanto. Todas as casinhas abriam as suas portas, para se vender sal. Os salineiros conseguiam vender entre cinco a seis toneladas de sal!”

Mais tarde é o pai de ambos, Fernando Henriques Lopes, quem ficou com as salinas “e comprou algumas”, acrescenta João Henriques Lopes. “Ao fim-de-semana, abria-se a casinha e vendia-se o sal.” Quando acabou o curso, o João Henriques Lopes começou a dedicar-se ao negócio da família. Hoje, a Loja do Sal contabiliza 70 talhos, dos quais 15 por cento são arrendados e destes, cerca de três por cento “estão arrendados desde a altura do meu avô!”

Apesar deste negócio estar já na quarta geração, o processo de extracção do sal mantém-se. “Na Primavera, quando está bom tempo durante alguns dias seguidos, fazemos a limpeza das salinas: coloca-se a bomba no poço para extrair a água salgada para uns reservatórios ou esgoteiros, onde fica a decantar. Depois de decantada, vai novamente para os talhos para evaporação. Ao segundo ou terceiro dia, extrai-se a flor de sal e, entre cinco a sete dias mais tarde, é retirado o sal”, esclarece João Henriques Lopes, que garante a inexistência de lavagem nem implementação de processos químicos nesta matéria-prima. “Temos uma empresa que faz a auditoria do HACCP [Sistema Preventivo de Higiene e Segurança Alimentar]” e “estamos em fase de certificação DOP [Denominação de Origem Protegida] do sal de Rio Maior.”

O sal da Loja do Sal está em cem pontos de venda espalhados pelo país e atravessa a fronteira para países da Europa, da Ásia ou da América, mas o ideal é, certamente, visitar as salinas de Rio Maior e passar pela Loja do Sal instalada na antiga taberna de Justino Lopes, o bisavô de João e Luís Henriques Lopes e o percursor deste negócio.