Monte Silveira Bio

Bovinos Cereais e Leguminosas Ovinos Merino Porco Alentejano

A terra é tratada “como um ser vivo” por João Valente, rosto da Monte Silveira Bio, empresa familiar da Beira Baixa centrada em culturas de regadio, baseadas numa agricultura de precisão, e na produção de gado bovino, ovino e suíno. O cenário é a exploração agrícola situada em Malpica do Tejo que está em modo biológico desde 1999.

Herdade Monte da Silveira
6060 Ladoeiro, Idanha a Nova
Como chegar
+351 919 932 651 / +351 272 239 194
montesilveirabio@gmail.com

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Onde Comprar
Comida Independente (Lisboa)
Mercearia Criativa (Lisboa)
Cooperativa Integral Minga (Montemor-o-Novo)
Carne de Bovino - Através da Nature Fields
Carne de Borrego - Entregue em casa, Comida Independente

Apresentado por
João Rodrigues, Feitoria


Texto de Patrícia Serrado
Fotografias de Pedro Sadio

Dos cerca de 700 hectares da área de exploração pertencente à Monte Silveira Bio localizada em terras da Beira Baixa, cerca de cinco centenas estão ocupadas por floresta constituída por montado de azinho e sobro. “O remanescente está reservado a culturas de regadio, onde são produzidos os cereais, as leguminosas e as ferragens”, explica João Valente, representante desta empresa familiar sediada em Malpica do Tejo, freguesia de Castelo Branco. “Entre 1999 e 2000 já estávamos certificados para os produtos biológicos que estamos a produzir.”

Três variedades de feijão, grão de bico e xíxaro constam na lista das principais leguminosas da Monte Silveira Bio, enquanto o trigo mole, a aveia e o centeio ocupam lugar de destaque na vertente dos cereais. A maioria dos produtos é para consumo humano – no caso das leguminosas é cem por cento –, daí que haja uma preocupação acrescida por parte da Monte Silveira Bio.

“É preciso ver a exploração como se fosse um ser vivo, onde todas as culturas se complementam”, sublinha João Valente. “Por exemplo, no Outono, Inverno são plantadas as leguminosas que têm como finalidade preparar a terra para uma cultura de Primavera, Verão”, ou seja, nas estações do ano mais frias, a opção recai em culturas que “ajudam a fixar o azoto no solo e funcionam como um herbicida natural em substituição dos produtos químicos”, continua. Eis as razões pelas quais a selecção das leguminosas e ferragens é feita de acordo com os tipos de solo, informação essa obtida através da agricultura de precisão. Esta é realizada por meio de análises frequentes dos solos, com o intuito de obter a constituição dos mesmos, bem como os respectivos níveis de pH, uma vez que são registadas mudanças de ano para ano. 

São, portanto, estes os factores determinantes na escolha dos produtos e da quantidade dos mesmos a cultivar, bem como quando está na altura de “preparar o solo para a cultura seguinte” tendo, para o efeito, de eleger dois tipos de leguminosas, por exemplo, ou quando é chegado o momento de repor o equilíbrio do pH do solo, recorrendo a matérias naturais.

Culturas à parte, a Monte Silveira Bio também se dedica à criação das raças Salers e Charolesa, nos bovinos, e as raças Merino Branco e Merino Preto, nos ovinos. Ambas as espécies alimentam-se ao ar livre. Esta acção sinergética substitui o trabalho das máquinas e contribui para a redução de dióxido de carbono, e propicia, simultaneamente, a fertilização natural dos solos da exploração agrícola, sem que, uma vez mais, haja necessidade de ser recorrer a produtos químicos.

No caso concreto das ovelhas, estas andam livremente no montado, para efectuarem a limpeza dos solos desta área específica da propriedade da família de João Valente, mas só em determinada época do ano. Porque entre Outubro e Fevereiro, altura em que aparece a bolota, é a vez do porco alentejano desfrutar desta dádiva da natureza. “Até 2021 recorria a porcos pretos de outros produtores mas, a partir de 2021, passámos a ter suínos residentes, outro produto que, desde então, faz parte do portefólio da Monte Silveira Bio.

Aos curiosos e amantes de produtos biológicos é de informar que a matéria-prima da Monte Silveira Bio está à venda na Comida Independente e na Mercearia Criativa, ambas situadas na cidade de Lisboa, enquanto a carne de bovino é trabalhada em parceria com a Nature Fields. Já a carne de borrego pode ser entregue directamente ao domicílio após contacto prévio.