Quando se fala em peixe no Alqueva deve falar-se, obrigatoriamente, em Pedro Santos. Este pescador de água doce, com quem nos encontramos na Praia Fluvial de Monsaraz, começou cedo na faina, com o avô, ainda a barragem não passava de uma miragem, de um projeto em papel.
Praia Fluvial de Monsaraz, Albufeira do Alqueva
Reguengos de Monsaraz
Como chegar
+351 963 983 743 (Pedro Santos)
Apresentado por
Carlos Teixeira, Herdade do Esporão
Texto de Tiago Pais
Fotografias de Tiago Pais
Quando se fala em peixe no Alqueva deve falar-se, obrigatoriamente, em Pedro Santos. Este pescador de água doce, com quem nos encontramos na Praia Fluvial de Monsaraz, começou cedo na faina, com o avô, ainda a barragem não passava de uma miragem, de um projeto em papel. “Nessa altura íamos ao rio apanhar o que havia. Mas só quando foi feita a barragem é que começou a haver pesca a sério”, recorda.
Pedro, que também é caçador de javali, perdiz e pombos, entre outros, domina hoje as águas da Albufeira do Alqueva como poucos. Isso não impede, porém, que entusiasmado pela conversa, leve o barco até uma zona de pouca profundidade onde a hélice do motor marca encontro imediato com um banco de pedra ou areia. Ficamos à deriva, por momentos, à espera de reboque noutro barco. O percalço dá-nos mais tempo para conversar.
Este alentejano de Motrinos, concelho de Reguengos de Monsaraz, tem seis empregados que pescam para si. “Sou o único pescador em Portugal que tem controlo sanitário próprio para peixe de rio”, afirma. A quantidade assim o obriga, como poderemos comprovar pouco depois — já a bordo de uma nova embarcação, dirigimo-nos para as redes que colocara no dia anterior, para recolher os barbos e lúcios que ali se prenderam. E estão recheadas.
Não são caso único. As armadilhas para os lagostins vermelhos, espécie invasora, também estão bem povoadas. “Apanho 300 a 400 quilos por semana”, garante Pedro, que exporta boa parte dessa quantidade. “O mercado mais forte é o sueco”, refere. O sável e a enguia também dão um ar de sua graça nesta zona, sobretudo a sul da aldeia de Pedrógão. Ficará para outra altura, porém, que hoje o barco já vai cheio.