Quinta dos Sabores

Desde há muito tempo que a propriedade de três hectares, localizada no meio da Ilha de São Miguel, entre Ponta Delgada e a Ribeira Grande, na Ilha de São Miguel, pertence à família de Paulo Beck. “Era um património mais ou menos disponível para ser aproveitado.” Face a esta oportunidade, decide reabilitar, juntamente com a sua mulher, Inês Sá da Bandeira, o casario e a horta, um sonho concretizado a que deram o nome de Quinta dos Sabores.

Em 2002, “o conjunto de casas da quinta foram adaptadas para a nossa habitação” e ambos recebem a licença, para a Oficina Agro-Alimentar, instalado nas antigas arribanas, um pequeno espaço multifacetado. Volvidos dois anos, passaram a residir na propriedade. “Candidato-me a um projecto de jovens agricultores. O valor foi o suficiente para dedicarmo-nos à agricultura”, revela Paulo Beck, cuja experiência adquirida na área da hotelaria é uma vantagem a somar à vertente agrícola.

A área agrícola ocupa quase a totalidade da Quinta dos Sabores. A imensidão de hortícolas – desde os mais diferenciadores aos mais convencionais –, todos trabalhados em modo biológico, são semeados e cultivados de acordo com as boas práticas ambientais e o respeito pela sazonalidade é ponto assente. “A quinta é uma horta bem grande!” As coordenadas são dadas por Paulo Beck e Inês Sá da Bandeira ao Sr. Eduardo, que trabalha com as máquinas, na terra, e ao Sr. Humberto, “um camponês de mão cheia!” 

O destino de muitos destes produtos é a Oficina Agro-Alimentar. “Quem cozinha é a D. Graça o Sandro Medeiros”, declara Paulo Beck, para quem a D. Graça “é uma cozinheira de mão cheia! Já está connosco desde o início e também temos mais um ajudante. No início, era a Inês e eu quem cozinhava, mas agora já não há tempo para isso”. O menu é elaborado diariamente, inclui “o que há na quinta, ao que juntamos um bom peixe e uma boa carne, que os Açores têm. É um menu tradicional e equilibrado”, e constituído por aperitivo, entrada, sopa, carne, peixe e sobremesa. “Para mim, é uma mais-valia ter estes legumes e vegetais todos aqui à mão. O peixe é uma loucura! Há uma grande diversidade a maior parte do tempo e temos sempre um belo bacalhau, que também faz muito sentido, mesmo quando servido a um turista, mas só quando não tenho peixe, porque há dias em que os pescadores não vão ao mar.” 

Quem reserva uma das nove mesas deste espaço, só conhece a composição do menu no momento em que se senta. “O modelo de refeição corresponde a um jantar formal do tempo das nossas avós.” Paulo Beck e Inês Sá da Bandeira apenas precisam de saber, de antemão, as restrições e as necessidades alimentares de cada cliente, já que “procuramos satisfazer todos”.

No mesmo espaço, está disponível para compra o cabaz do dia, composto pelos produtos colhidos no dia, na Quinta dos Sabores. “Faço uma selecção a pensar na salada, na sopa, no acompanhamento dos outros pratos, além das ervas aromáticas, para temperar e fazer infusões. Adaptamos consoante as necessidades de cada família ou estabelecimento”, afirma Paulo Beck, referindo-se igualmente aos restaurantes da Ilha de São Miguel, que constam na sua lista de clientes.

“Depois temos o alojamento”, instalado no edifício rectangular. Trata-se do Alojamento Local da Quinta dos Sabores. São dois apartamentos do tipo T1. “Decidimos requalificar esta parte do edifício, para dar uma oferta de qualidade.” Junte, agora, a piscina, no meio da quinta, e o jacuzzi. “É uma quinta que é uma horta, com um restaurante e alojamento”, remata.