“É uma reforma activa.” Eis a definição que Raul Reis atribuiu a esta fase da sua vida dedicada à agricultura na região do Oeste do país. “Estou a reativar umas propriedades da família” e nelas já plantou vinha, abóboras, trigo barbela e quatro tipos de batata. O destaque? A batata Ratte.
Rua 1.º de Maio, 44-46
2530-292 Sobral, Lourinhã
Como chegar
+ 351913747489
reisraul@pt.lu
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Entrega em casa em Lisboa às sextas-feiras.
Apresentado por
Jael Martins, Tasca do Joel
Texto de Patrícia Serrado
“Vivi 35 anos no Luxemburgo. Reformei-me em 2015 e regressei em 2017”, declara Raul Reis. A batata Ratte conheceu em uma de muitas das suas viagens gastronómicas pelo estrangeiro, sobretudo por França, onde o puré da batata Ratte é comum graças à icónica receita do chef Joël Robuchon. Porém é, também, o gosto pela cozinha que acicata o apetite de Raul Reis para o conhecimento. Ademais, “gosto de comer!”
Para começar, “a Lourinhã é a zona por excelência da produção de batata em Portugal”, esclarece Raul Reis, empresário, ou não fosse a região Oeste a matriz das produtos hortícolas e frutícolas do país. “Mas a batata Ratte é muito delicada. Só à terceira tentativa é que consegui que desse.” Proveniente de França, este tubérculo pequeno, em tamanho, comprida, no formato, e firme, na textura, está plantado num terreno localizado numa encosta, de solos argilosos, que beneficia de uma drenagem adequada. A primeira colheita aconteceu em 2020. A segunda terá lugar em Abril de 2021, tendo sido feita a sementeira em Janeiro do mesmo ano. “A sementeira pode ser feita até mais tarde, mas é de aproveitar as chuvas”, recomenda.
Já na cozinha, a batata Ratte “não se desfaz e tem um sabor entre a castanha e a avelã. É extremamente gulosa. É, por excelência, a batata indicada para o puré e é, também, óptima para assar no forno e as cascas são uns chips excepcionais!"
Além deste tubérculo, Raul Reis planta batata olho de perdiz. “Tem uns olhos rosa semelhantes aos olhos das perdizes, daí o nome”, sendo conhecida igualmente por batata Picasso. É oval e tem a casca amarela com pequenas manchas rosa, e o interior é amarelo claro. É indicada para cozer. A batata bricata, de pele e polpa amarelas, é recomendada para fritar.
Estórias de gauleses à parte, o portefólio de tubérculos de Raul Reis integra, ainda, a mais recente batata Asterix. Com casca rosada escura, esta foi “recomendada pelo chef João Rodrigues, porque é excelente para fritar”, revela. Fica crocante e é muito saborosa.
Fazer das suas batatas um produto de qualidade é, para Raul Reis, uma premissa, além de que quer apostar em batatas diferentes, bem como na partilha de conhecimento relacionado com essa diversidade. Por isso, recorre a chefs de cozinha. “Os chefs acabam por moldar a opinião das pessoas. É a melhor maneira de mostrar os meus produtos.” Já à forma como se deve conservar as batatas em casa, recomenda que sejam guardadas num sítio fresco e escuro, senão ficam verdes. Pode usar um saco de papel pardo fechado, de modo a que não entre luz.”
Raul Reis tem, ainda, na sua horta, abóboras Longa de Napoles, além da vinha plantada, em 2019, com castas cujo destino é a produção vínica, e das variedades de uva de mesa. O trigo barbela, que já conquista pequenos produtores da região Oeste e cujas primeiras sementes foram “emprestadas” pelo guardião deste tipo de cereal, João Vieira, é outro dos produtos que encontramos na exploração de Raul Reis que, às sextas-feiras, entrega os seus produtos à porta dos seus clientes, em Lisboa.