Salmarim

Sal

Trocou a História de Arte pela arte de colher, através do processo tradicional, a mais fina flor de sal dos seus sete hectares de salinas, em Castro Marim. A este nome somou a designação do seu sal. O resultado? A Salmarim, nascida de um profundo trabalho de investigação e da constante evolução centrada na qualidade.

Salina do Moinho das Meias
Castro Marim
Como chegar
+351 966 922 437
filipe@salmarim.com / flordesal@salmarim.com
www.salmarim.com

Apresentado por
João Rodrigues, Feitoria


Texto de Patrícia Serrado
Fotografias de Vânia Rodrigues

Trocou a História de Arte pela arte de colher, através do processo tradicional, a mais fina flor de sal dos seus sete hectares de salinas, em Castro Marim. A este nome somou a designação do seu sal. O resultado? A Salmarim, nascida de um profundo trabalho de investigação e da constante evolução centrada na qualidade.
Estávamos em 2007, o ano da reviravolta de Jorge Raiado, com a estreia no papel de pai e de salineiro. O trabalho centrava-se na salina de um hectare que o pai de Sandra Madeira, a mulher, tinha comprado. Desde então, o sal – “moeda” de pagamento dos soldados da Roma Antiga que, devido aos seus benefícios, era considerado uma dádiva divina – passou a negócio. Mas Jorge Raiado queria ir mais além: “andámos sempre à procura do que não havia no mercado, queríamos aquilo que não havia.”
Apostado nesse predicado, recorreu à Universidade do Algarve e quis ver melhorias no processo de produção, de modo a desenvolver a qualidade do seu produto. De salineiro comum, o nosso entrevistado passou a ser mais selectivo, dando preferência à fina flor da flor de sal, no Moinho das Meias, na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, localizado no sotavento algarvio, onde a paisagem inóspita cobre o horizonte.
Sol, vento e marés são os factores determinantes na colheita da flor de sal, “produto que não é tradicional, mas a técnica é artesanal”, reforça Jorge Raiado, e “escolhemos o que queremos apanhar, com texturas diferentes, com mais potássio e de cores diferentes” e “escolher o que vamos pôr nas embalagens é a minha preocupação”, continua.
Melhor ainda: as embalagens sui generis são, também, a imagem de marca da Salmarim. O início desta viagem ficou marcada com a colecção Mar Portátil composta por kits de três tubos – semelhantes aos de ensaio e tampa em cortiça – preenchidos com flor de sal, para que a sua Salmarim andasse nas bocas do mundo.
Seguiu-se o saleiro em cortiça e as cinco caixas em cartão, quatro das quais com flor de sal aromatizada. A fasquia elevou-se com o saleiro em porcelana, em forma de cabeça de peixe, da autoria da artista plástica Fernanda Rios. Em todas as peças, o design esteve sempre presente. Aliás, Jorge Raiado continua a desafiar designers, ilustradores, entre outros criativos, a puxar pela imaginação e produzir novas imagens para as suas embalagens ou não fossem as artes uma das suas grandes paixões. A sustentabilidade é, paralelamente, outro dos factores basilares nos requisitos da Salmarim, daí o  zelo pela escolha dos materiais das embalagens e a permanente aposta em recipientes reutilizáveis, a bem do meio ambiente.
“Neste momento está em teste uma embalagem biodegradável para hotelaria”, acrescenta, até porque, além da flor de sal – disponível em três volumetrias (a corrente, a de cristais maiores e a de formato semelhante a uma pirâmide), a Salmarim dispõe de sal grosso tradicional. Quanto a novidades, “estamos a desenvolver novas embalagens e a fazer uma nova colecção” e sabores mais arrojados.