“Os queijos aqui dentro adivinham o tempo lá fora. Se houver morrinha, estou tramado: tenho logo de os vir tapar.”
Rua El Rei D. Dinis 40
2950-721 Quinta Do Anjo
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Apresentado por
Luís Barradas
Texto de Tiago Pais
Fotografias de Tiago Pais
Rui “Bolinhas” Simões, 57 anos de idade, nem sempre foi produtor de queijo. “Durante muito tempo fui serralheiro civil, mas tinha ovelhas e vendia o leite a outros produtores”, recorda. Só que um dia a mulher ficou desempregada e da necessidade fez-se uma arte. E um artista. Aprendeu com aquele que diz ser o melhor. “O mestre Mário Padanha é que foi a mola. Ensinou-me tudo, era o último bastião do Queijo de Azeitão artesanal”, conta. Hoje, Simões é unanimemente reconhecido com um dos melhores produtores da zona. Faz cerca de 1500 queijos por dia, cujo soro lhe permite fazer ainda requeijão e queijo fresco. A manteiga que também vende “é uma brincadeira”. Mas que vale a pena provar. O cardo usado nos queijos utilizado vem de Serpa e posto de molho ainda antes de entrar na mistura — o líquido que é libertado é depois usado na coalhada. Importante é, diz, ir controlando a maturação. “Os queijos passam no mínimo dez dias na primeira câmara. São virados todos dias. Depois, vão mais 6 a 7 dias para outra com 70% de humidade.” Apesar da temperatura controlada, o estado do tempo na rua influencia o seu comportamento. Ó se influencia. “Os queijos aqui dentro adivinham o tempo lá fora. Se houver morrinha, estou tramado: tenho logo de os vir tapar.”