A raça Suffolk, proveniente do condado homónimo, em Inglaterra, “apareceu, mais intensivamente, há cerca de 30 anos, em Portugal”, conta Francisco Malhão.
Francisco Malhão, Pateo dos Petiscos
+351 266 890 038 / +351 918 116 597
Apresentado por
Michele Marques, Mercearia Gadanha
Texto de Patrícia Serrado
Fotografias de Vânia Rodrigues
A raça Suffolk, proveniente do condado homónimo, em Inglaterra, “apareceu, mais intensivamente, há cerca de 30 anos, em Portugal”, conta Francisco Malhão. Naquela época, ter ovinos desta espécie “era um capricho”, explica. Com o tempo “começou-se a perceber de que com os cruzamentos, e a raça em si, depois de ser provada era, afinal, muito boa”, informa.
Francisco viu, então, a oportunidade de concretizar a missão de “incentivar, neste caso o produtor e os futuros produtores, a desenvolver um trabalho diferente com esta raça – a Suffolk – para, na restauração, podermos ter uma matéria diferente para trabalhar na cozinha e apresentar ao cliente”. A ideia surgiu em 2015. Só começou no início de 2017, com o apoio da Associação de Produtores de Bovinos, Ovinos e Caprinos da região de Montemor-o-novo (APORMOR). “Venho ao campo, observo e escolho” os animais. O objectivo assenta na melhoria dos rebanhos autóctones do nosso país através do cruzamento entre raças, “para poder melhorar a carcaça, a qualidade da carne, a apresentação e o tempo de produção. É muito importante também, trabalhar com o Suffolk puro e com as raças autóctones de Portugal”. Depois do campo, o alinhamento do processo prossegue com o abate. “A carcaça vem inteira e nós fazemos o corte”.
A qualidade do produto deve-se, ainda, a outros dois aspectos enaltecidos por Francisco Malhão: o terroir e o saber-fazer. Mesmo assim, o registo de 900 animais da raça Suffolk em Portugal é, para XXX, um número reduzido, razão pela qual defende a necessidade de o aumentar, bem como a quantidade de produtores. Este factor tem a ver, ainda, com a menor rentabilidade da raça Suffolk no que à procriação diz respeito, já que, geralmente, “só dão um parto por ano”, justifica. “Um normalmente duplo.”
Apesar de manifestar-se “um fã incondicional das raças autóctones, um consumidor de raças autóctones”, Francisco entende este trabalho como “uma evolução no tempo. Estamos no século XXI, estamos a evoluir, com experiências. O mundo está a crescer, as mentalidades estão mais abrangentes, a gastronomia está mais específica”, fundamenta. Por isso, “achamos que este produto vai trazer um acréscimo e uma mais-valia ao prato”.