Fat Tuna

Peixe

"Tenho uma grande ligação ao mar e gosto de negócios. Decidi começar um negócio que viesse resolver um problema do mercado do pescado que é a falta de consistência de qualidade do peixe."

Estrada Regional da Ribeira Grande Km 8, nº5
Vila de Rabo de Peixe
9600-102 Ribeira Grande, Açores
Como chegar

fattuna@fattuna.com
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Como comprar
+351 963 344 005 
encomendas@fattuna.com
(Entregas de peixe em casa)

Apresentado por
João Rodrigues, Feitoria


Texto de Catarina Amado, Intermagazine
Fotografias de Vânia Rodrigues

Conhecido pela sua diversidade, nos últimos anos, o mar açoriano tem sido vítima de maus tratos por alguns dos seus pescadores que aplicam técnicas pouco adequadas na captura e conservação do peixe.

Quem o afirma é Afonso Van Uden, o proprietário da empresa Fat Tuna, uma empresa de comércio de peixe dos Açores criada em 2016. “Muitos peixes chegam à lota completamente desfeitos, mata-se imenso peixe. Além de que as embarcações vão cada vez para mais longe, mais fundo, estamos a esgotar a riqueza dos Açores”, começa por dizer.

Tenho uma grande ligação ao mar e gosto de negócios. Decidi começar um negócio que viesse resolver um problema do mercado do pescado que é a falta de consistência de qualidade do peixe. Toda a gente fala bem do peixe dos Açores mas a verdade é que o peixe não é assim tão bem tratado”, continua o responsável. 

De forma a conseguir distinguir-se no mercado, Van Uden e equipa embarcam com alguns barcos piscatórios e aplicam no peixe a técnica japonesa centenária ikejime, que permite uma maior qualidade do produto, controlando assim o processo entre a captura e a entrada do peixe na lota. 

Afonso conta que primeiramente escolhe as embarcações com base nas suas artes de captura como a linha à mão ou o carrete eléctrico. Depois, já no mar, dá formação para que os pescadores apliquem a técnica que consiste primeiro em matar o peixe com um espigão de inox “que toca no meio dos olhos do animal”, depois em sangrá-lo com uma faca “pela sua artéria principal que está debaixo da espinha” e, por último, em colocá-lo dentro de um tanque com água do mar a circular cerca de 5 a 10 minutos a fim de “deixá-lo a sangrar”. De seguida, o peixe vai para uma mesa colocada na embarcação e um arame é colocado no orifício já aberto que atravessa o sistema nervoso do peixe e o destrói. 

De outra forma, após a sua morte, o peixe continuaria através do sistema nervoso a emitir stress para os músculos, o o que geraria ácido láctico e faria com que a proteína começasse a ficar condicionada. “Por exemplo, o sabor que conhecem do pargo não corresponde ao seu real sabor”, explica. 

Esta forma de tratar o peixe por parte do Fat Tuna permite que o mesmo apresente “uma textura e paladar diferentes, além de que o tempo da sua frescura triplica”. No entanto, esta não representa a totalidade da fatia de negócio da empresa que também compra pescado sem recurso à técnica japonesa. “São embarcações que já conhecemos e que sabemos que nos trazem bom pescado.”

Afonso admite que nem todas as embarcações de Rabo de Peixe, que possui a maior comunidade piscatória a nível regional, estão dispostas a fazer este tipo de tratamento ao peixe mas felizmente, tem tido apoio por parte da direcção regional e, nesse sentido, tem dado alguma formação na região sobre a técnica. “Os mais novos é mais fácil de aceitarem que os mais velhos. Nós oferecemos mais dinheiro e contratos de venda directa para os pescadores cumprirem aquilo que pedimos.”

A Fat Tuna tem entregas de peixe em casa diária em todo o territorio nacional, assegurando o envio do peixe no próprio dia em que é pescado.