Porcus Natura

Bovinos Cabra Serpentina Ovinos Merino Porco Alentejano

"A pecuária tem um papel fundamental na regeneração e construção de solo, para que isso aconteça temos de  aprender a conduzir os animais corretamente."
Francisco Alves

Herdade de São Luís
Ermida de São Luís da Mogueira
Serra de Monfurado, Évora
Como chegar
+351 939 858 934
falves.sluis@gmail.com
www.absoluto.com.pt

Onde Comprar
Talho das Manas
+351 961 102 201 

Apresentado por
João Rodrigues, Feitoria


Texto de Tiago Pais
Fotografias de Tiago Pais

Se, por um lado, é unânime reconhecer a genética abençoada dos porcos alentejanos, que lhes proporciona uma extraordinária infiltração de gordura e, consequentemente, um aroma e paladar reconhecível a milhas, por outro também se reconhece que ainda faltam, na região, produtores que tenham capacidade de tirar tanto partido destes animais como os congéneres espanhóis, e que consigam fazer a respectiva carne chegar ao consumidor final sem antes ter de passar por outras paragens. Não é por acaso, aliás, que mais de 90% da produção nacional da espécie cruza a fronteira.

Na Herdade de São Luís, onde está sediada a Porcus Natura, procura mudar-se esse paradigma, entre outros. E tudo começa na maternidade dos porcos, um sistema inovador desenvolvido pelo pai de Francisco Alves, o nosso anfitrião para esta visita. Neste parque cheio de água, sombras e com pequenas casotas privativas, as porcas reprodutoras passam duas semanas antes de parir. Depois de darem à luz, ficam dois meses com as crias, antes de estas serem transferidas para uma área de 10 hectares onde devem exercitar os músculos. “Os animais têm de andar. Muitas vezes só vão ao campo para terminar a criação e nem andar sabem”, explica Francisco.

A marca Absoluto (absoluto.com.pt), criada entre portas, transforma estes porcos da Herdade de São Luís em cortes e produtos diversos: lombinho, presa, pluma, ou, entre os curados, presunto, paleta ou lombo. Uma oferta um pouco à imagem do que fazem (e bem) os espanhóis. E para quê inventar? “Selecionamos apenas os melhores porcos”, garante Francisco, enquanto nos convida a subir para a caixa da sua carrinha pickup. Minutos depois, arranca a todo o gás para nos mostrar que nos mais de 700 hectares da Herdade, há bem mais para além dos porcos.

“Aqui também temos gado bovino da raça Angus, ovinos Merina e cabras serpentinas”, enumera o responsável. Essa diversidade não é tão importante para o negócio — a atividade principal continua a ser a criação de porcos alentejanos— como é para a filosofia da Herdade. “Temos um sistema extensivo de maneio regenerativo”, afirma orgulhoso Francisco. E o que é que isso significa? Que usam todas as espécies em prol da produtividade do solo, para que este não só tenha pasto de qualidade como seja um óptimo sequestrador de carbono e equilibre, assim, as emissões provocadas pelos animais. Isto faz-se promovendo a rotação dos espaços percorridos pelos animais diariamente e, simplesmente, “deixando-os trabalhar”. Dito assim, até parece fácil. Mas não é: exige conhecimento e vontade de fazer diferente. Felizmente, a Francisco não parece faltar nem uma nem outra.