Aparroz

A produção de arroz é uma actividade que se pratica no Vale do Sado, junto a Alcácer do Sal, desde meados do século XVIII. Mas só há cerca de duas décadas é que os produtores da região se decidiram unir numa associação, a Aparroz: Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado. Com isso, explica o director comercial Luís Vaz, tornaram-se mais fortes: passaram a comprar e a vender a matéria-prima em conjunto e a contar com o apoio especializado de engenheiros e agrónomos. O que torna a Aparroz especial — além das condições geográficas excecionais do Vale do Sado para o cultivo do arroz — é o facto de ali se produzirem apenas lotes monovarietais. Ou seja, não há misturas. E isto é importante porque mesmo dentro do arroz carolino, o arroz nacional por excelência, há subespécies com características muito próprias, que se adaptam melhor a um ou a outro prato: do pujante Ronaldo, o mais produtivo (basta um hectare de arrozal para se produzirem 10 toneladas deste arroz) aos mais comuns Aríete e Euro. Para se ter uma ideia de como os portugueses gostam de arroz, Luís Vaz explica que há três anos o consumo per capita no nosso país andava nos 16 quilos por pessoa. A média europeia? Três quilos e meio. É de admirar, por isso, que a expressão “dou-te o arroz” ainda seja considerada ameaçadora. Devia ser o contrário.