DaVaca - Lacticinios do Monte

Mirjam Brouwer-Buil não tem o nome nem tão pouco o perfil típico do produtor alentejano. Mas esta holandesa que já fala português com o sotaque ligeiramente arrastado, digno da região que a acolheu há duas décadas, sente-se em casa na Herdade das Coelheirinhas, perto de Elvas, onde nos guia por entre o efetivo de quase 300 vacas e 225 novilhos.

Mirjam e o marido Jack começaram por produzir apenas leite. Mas descontentes com o preço que a cooperativa Serra Leite lhes pagava por um produto que consideram de excelência, decidiram canalizar uma parte desse mesmo leite para a produção de iogurtes artesanais. Nasceu assim a marca DaVaca. E são da vaca, de facto. Aliás, das vacas, no plural, Frísias — normalmente conhecidas como holandesas —, algumas delas cruzadas com Montbeliard, uma raça francesa também com aptidão leiteira.

Por dia, produzem-se na Herdade cerca de 8 mil litros de leite, 400 deles transformados em iogurtes que, por serem totalmente artesanais, sem adições, andam ao sabor da estação e, por isso mesmo, das características do leite das vacas — no inverno o leite é mais gordo, com mais nata, no verão tem menos. Além do iogurte natural, comercializam-nos com diversos sabores, providenciados por compotas naturais, no caso dos frutos. Algumas experiências têm sido especialmente bem sucedidas como é o caso do iogurte com Ameixa d’Elvas ou com Figo e Canela.

Outra experiência, esta ainda por comercializar, é a manteiga: Mirjam ainda está a tentar encontrar o ponto de sal certo. E aproveita a nossa passagem pela fábrica para nos perguntar por produtores de flor de sal. Trocados os contactos, seguimos viagem. É disto que se faz o Projecto Matéria.