Granja dos Moinhos

Farinha Queijo de cabra Trigo Barbela

Há 40 anos, quando decidiu que iria produzir queijo chèvre na sua aldeia-natal da Maçussa, no Ribatejo, não faltou quem achasse que Adolfo Henriques estava louco.

Rua do Moinho 3
2065-631 Maçussa
Como chegar
+351 919 474 476

Apresentado por
João Rodrigues, Feitoria


Texto de Tiago Pais
Fotografias de Tiago Pais

Há 40 anos, quando decidiu que iria produzir queijo chèvre na sua aldeia-natal da Maçussa, no Ribatejo, não faltou quem achasse que Adolfo Henriques estava louco. Mas não estava. Um curso no LNETI (Laboratório Naconal de Engenheria e Tecnologia Industrial) deu-lhe as bases. O resto aperfeiçoou com o tempo. “Vieram cá os tipos de uma universidade americana, ver como é que eu fazia o fermento artesanal, que eles só fazem em laboratório. Perguntaram-me com que universidade trabalhava. ‘Com a universidade da vida’, disse-lhes.”
Um dos primeiros clientes foi o mítico Michel, o pai de Olivier, que o usou numa receita premiada pelo jornal A Capital em 1986: chèvre panado com doce de framboesa. Muitos outros se seguiram, sobretudo no meio da restauração. Ainda assim, Adolfo não industrializou a produção: continua a fazer apenas 100 queijos por dia, à antiga, numas pequenas instalações junto à sua casa. Este sociólogo de formação não é, assumidamente, fã da ASAE. “Um dia, quiseram que eu instalasse um daqueles aparelhos para matar moscas. Instalei. Mas durante uns tempos, comecei a reparar que os bolores não se formavam. Demorei muito a perceber que era do aparelho, as lâmpadas ultravioletas esterilizavam tudo.”
Mas nem só de queijo se faz a produção da Granja dos Moinhos. Recentemente, Adolfo começou também a fazer pão a partir de trigo barbela, cuja produção tem vindo a recuperar juntamente com o amigo João Vieira. Os benefícios do barbela são imensos: é um pão com muito menos glúten que o de trigo comum, com muito mais vitaminas. Produz à razão de 50 por dia. Os que não vende e não come usa para fazer a manja, um prato tradicional da região, à base de pão, batata e azeite, com que recebe os amigos na sua tertúlia, a acompanhar sardinhas ou bacalhau na brasa. E que belas tardes ali se passam.