Irene e Manuel João Cubo

“Às vezes nem consigo dormir bem se acho que as ovelhas ou os pitos estão com sede. Acordo a meio da noite preocupada. O meu marido diz-me: ‘deixa lá, elas não morrem por uma noite.’ Mas eu sei lá se não morrem.” Para Irene Cubo, os animais são muito mais importantes que o sono. Tem sido assim praticamente a vida toda: ela e o marido Manuel João são criadores de animais desde a adolescência e os únicos na pequena aldeia de Palácios, a 15 quilómetros de Bragança, que ainda não estão reformados. Hoje em dia têm 400 cabeças da mesma raça: a típica churra galega bragançana branca, o famoso cordeiro bragançano DOP, cuja carne tenra e suculenta é tão apreciada nas redondezas. Não foi sempre assim, porém. Antes, o casal também criava gado bovino. Só que chegou a uma altura em que foi necessário escolher entre vacas e ovelhas. “Ter as duas ao mesmo tempo dava demasiado trabalho. No dia em que vendemos as vacas e vi-as a ir embora no camião, fartei-me de chorar. Mas passado um mês já só pensava, ‘bendita a hora’.