Mel do Barroso

Mel

As urzes (Erica sp.) predominam na flora da região montanhosa de Barroso, no Norte do país, e “proporcionam um bom desenvolvimento das colónias das abelhas”, esclarece Albano Álvares, presidente da CAPOLIB - Cooperativa Agro Rural de Boticas, dando origem a um mel mais escuro do que o habitual. 

CAPOLIB - Cooperativa Agro Rural de Boticas
Avenida do Eiró, 19
5460-320 Boticas
Como chegar

+ 351 276 418 170

geral@capolib.pt
www.capolib.pt

A
presentado por
Vítor Adão, Plano
Tabernas do Alto Tâmega


Texto de Patrícia Serrado
Fotografias de Vânia Rodrigues

As urzes (Erica sp.) predominam na flora da região montanhosa de Barroso, no Norte do país, e “proporcionam um bom desenvolvimento das colónias das abelhas”, esclarece Albano Álvares, presidente da CAPOLIB - Cooperativa Agro Rural de Boticas, dando origem a um mel mais escuro do que o habitual. Trata-se, neste caso, do Mel de Barroso DOP produzido unicamente pela Apis melífera iberiensis. Além disso, “apenas existe Mel de Barroso DOP de urze”.

As abelhas “são todas da espécie Apis melífera iberiensis. Aliás é uma das condições referidas no nosso caderno de especificações, o facto do Mel de Barroso DOP só poder ser produzido por esta espécie.” Albano Álvares fala da única espécie de abelha utilizada na feitura deste produto feito no Barroso, território natural preservado pelas boas práticas agrícolas que se fundem com a preservação do meio ambiente, mantendo o respeito pelo ecossistema, “facto que levou a FAO a distinguir a região de Barroso como Património Agrícola Mundial”, reforça o presidente da CAPOLIB. A a área geográfica de produção abrange os concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre, Vila Pouca de Aguiar “e duas freguesias do concelho de Murça localizadas acima dos 500 metros – Jou e Valongo dos Milhais”.

A paisagem quase intocada pelo Homem e o ar puro sentido nestas terras altas reúnem “as condições naturais necessárias a um bom desenvolvimento das colónias de abelhas e à produção de um mel com qualidade de excelência”. Por isso, as colmeias são instaladas nas zonas mais altas da região do Barroso. “Na escolha de um local para implantação de um apiário, o apicultor tem em consideração a abundância de flora apícola, principalmente a predominância de urzes nas proximidades ao apiário, em detrimento de outras espécies”, explica Albano Álvares. Esta é a única forma de assegurar que o mel apresente “uma percentagem polínica em grãos de pólen de urze superior a 45 por cento”, ou seja, só existe Mel de Barroso DOP de urze.

Outros aspectos importantes a ter em conta aquando da instalação das colmeias é a abundância de água potável existente, indispensável à vida das abelhas, e a localização da habitação destes animais, a qual deve protegida dos ventos dominantes. “A existência de apicultores próximos do local de implantação dos apiários e a quantidade de colmeias que têm também são considerados, de modo a evitar a competição das abelhas pelo alimento e a propagação de doenças.” Ademais, é fundamental que estes locais sejam de fácil acesso, para impedir dificuldades no transporte do material por parte dos apicultores cujo registo se aproxima dos 20 produtores. 

Todos são associados da CAPOLIB e disponibiliza uma unidade industrial. Trata-se da Casa do Mel, onde este produto é recepcionado em bruto, até à expedição, passando pela extração, decantação, armazenamento, seleção, processamento e embalagem. “Todo o mel comercializado pela CAPOLIB é submetido a um rigoroso controlo de análises laboratoriais, tais como as análises polínicas, físico-químicas e de resíduos”, garante Albano Álvares. A entidade que faz o controlo de qualidade deste produto é a Kiwa Sativa.

O Mel de Barroso DOP pode ser produzido em modo convencional ou biológico e o seu consumo é uma mais-valia para a saúde. As suas propriedades antioxidantes e a quantidade de vitaminas, aminoácidos, proteínas, entre outros nutrientes benéficos para sistema imunitário, que este produto contém, resultam na sua crescente procura. “Além disso tem propriedades antibacterianas, podendo considerar-se um antibiótico natural” e “está cientificamente comprovado que os méis de urze são os que têm maiores efeitos benéficos para a saúde”, remata o Albano Álvares.

Por fim, importa esclarecer que a cristalização do mel, sobretudo quando exposto a baixas temperaturas, é a garantia de que se trata de um produto de qualidade.