Esta paixão terá origem dos cozinhados da avô, que, em casa, já preparava pratos, em que a fraca era o ingrediente principal.
Casais da Arroçada
Póvoa de Santarém, Santarém
Como chegar
+351 910 942 324
Apresentado por
Riodrigo Castelo, Taberna Ó Balcão
Texto de Patrícia Serrado
Fotografias de Vânia Rodrigues
O gosto por fracas determinou Nuno Barreiros Mota a investir no negócio da criação destas galinhas de penas predominantemente cinzentas salpicadas de branco e pescoço nu. O negócio começou em Dezembro de 2021, com dez fracas. Hoje tem perto de uma centena.
Nuno Barreiros Mota estava desempregado, mas a vontade de permanecer no mercado de trabalho foi decisivo na materialização do seu plano, que consiste na criação de fracas. “Sempre tive um gosto grande por fracas e julgo que este negócio tem ‘pernas para andar’”, até porque “ainda ninguém tem este negócio”, justifica. Esta paixão terá origem dos cozinhados da avô, que, em casa, já preparava pratos, em que a fraca era o ingrediente principal. “Não me lembro disso, mas as minhas irmãs dizem que a minha avô já o fazia”.
Comprou dez pintos deste tipo de galinhas igualmente conhecidas por pintadas. Entretanto, o número aumentou para 60 e, neste momento, totaliza cerca de uma centena desta ave num pavilhão instalado numa exploração nos Casais da Arroçada, lugar pertencente a Póvoa de Santarém, freguesia do concelho de Santarém, no Ribatejo. “Só utilizo um quarto do pavilhão”, garante, onde os galináceos são alimentados com couve e cereais, sobretudo trigo. “Dou-lhes os restos das couves, que não são comercializáveis. É desperdício”, que adquire a uma empresa, com a qual tem um contrato. Quanto ao trigo, compra directamente ao produtor. “É tudo de Santarém!”
“Em sete meses, [as fracas] estão prontas para consumo”, afirma Nuno Barreiros Mota, ou seja, quando atingem um peso de cerca de dois quilos. “A carne é muito escura e rija, mas é muito saborosa. O sabor é superior ao do frango”, assegura. “Ponho em ‘vinha d’alhos’ um dia antes e fica muito tenrinha no dia seguinte”, acrescenta.
O passo seguinte consiste em vender as suas fracas aos chefs de cozinha dos restaurantes de Santarém e espera entrar no universo da restauração de Lisboa.