Pão d'Azoia

“As pessoas coziam o pão uma vez por semana, mas, depois, as mulheres também começaram a trabalhar”, começa a contar Maria Virgínia Graça, de 75 anos, remetendo para o início da década de 1980.

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Apresentado por
Luís Barradas


Texto de Patrícia Serrado

“As pessoas coziam o pão uma vez por semana, mas, depois, as mulheres também começaram a trabalhar”, começa a contar Maria Virgínia Graça, de 75 anos, remetendo para o início da década de 1980. “A ti Juliana começou, então, a fazer pão para as pessoas que iam trabalhar. Eu morava ao pé dela e queria aprender a fazer pão. Comecei a fazer em casa dos meus pais, no forno do pão da minha mãe”, que lhe passou a cartilha respeitante a este ofício. “Havia o forno e a adega, com o vinho. Lembro-me de uma senhora espanhola que morava aqui. Sentava-se à espera do pão. Fazia-lhe uma tiborna com o pão mal cozido, dava-lhe o azeite e o sal, para pôr em cima, e o vinho.”

Dos velhos tempos, Maria Virgínia Graça conta que, findos dois ou três anos, pediu ao marido para fazer uma casa e um forno a lenha. “Cozi sozinha o pão durante 20 anos.” Passadas essas duas décadas, a filha, Anabela Texeira, passou a pôr a mão na massa. Mais tarde, foi a vez do genro, Nelson Texeira, acompanhar ambas nesta tarefa. “Agora são eles que tomam conta da padaria e fazem a distribuição.” Quinta do Anjo, Fernão Ferro, Sesimbra, Zambujal são alguns dos destinos do Pão da Azóia da Padaria Anabela Teixeira, onde também é vendido.

A massa mãe é feita todos os dia, pelas 19h00, por Maria Virgínia Graça. “Faço um tacho de fermento, que fica a crescer por umas quatro, cinco ou seis horas, conforme o tempo.” Por volta da uma da manhã, Anabela Teixeira faz amassa a massa e acrescenta o fermento. A esta hora, também é acendido o forno “com lenha de várias qualidades”. Enquanto aquece, “o pão fica a descansar no tabuleiro coberto por uns paninhos”. Assim que o termómetro marca os 300 °C, a massa vai a cozer.

O pão da Azóia é elaborado de acordo com a receita da mãe de Maria Virgínia Graça, legado preservado pelas mãos de Anabela Teixeira. “Aprendi e faço como fazia a minha mãe e a minha filha faz como eu, com as mesmas quantidades de fermento e de sal. Leva água quentinha, porque, com a água fria, a massa leva muito tempo a crescer.”

Ao todo, são feitos cerca de 300 pães por semana. Ao sábado e ao domingo a quantidade ultrapassa as 800 unidades. Todos os dias há pães de água, pão de sementes e pão com chouriço, enquanto os de centeio são cozidos à Terça e à Sexta-feira, ao sábado e ao domingo. Os pães de nozes e passas estão disponíveis ao Sábado e, ao Domingo, há broa.