Paulo Gonçalves deixou a profissão de fotógrafo para se dedicar a outra arte: a criação de abelhas Buckfast, em Monção e Melgaço. Resistentes a doenças e boas produtores de mel, distinguem-se também pela sua mansidão.
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Facebook / @buckfast.Melgaco
Texto de Teresa Castro Viana
Fotografias de Joana Freitas
Paulo Gonçalves cresceu rodeado de abelhas – “sempre fizeram parte da vida, em casa já havia” –, mas a partir de 2006 o seu envolvimento escalou, com o primeiro contacto com as abelhas Buckfast. É uma raça híbrida, desenvolvida a partir de 1919 pelo irmão Adam, um monge beneditino, na Abadia de Buckfast Abbey, em Inglaterra. “Ele era de origem alemã e como fazia muitas palestras, aquando da sua morte, um grupo alemão fundou a Federação Europeia de Apicultores Buckfast”, explica Paulo.
Deixou a profissão de fotógrafo, frequentou cursos e palestras para aprender mais sobre estes insectos e dedica-se à apicultura de forma intensiva desde 2011. Mansidão, higiene e produtividade são as principais características das abelhas deste apicultor, que seleciona as melhores colmeias de determinadas linhas e as cruza, para que preservem as suas potencialidades – “há abelhas aqui com registos de pedigree desde 1943, antes da Segunda Guerra Mundial.”
Com oito apiários em Monção e Melgaço, dedica-se à venda de mel, cera e pólen, mas são as experiências de apiturismo que tornam este projeto diferenciador. No apiário de Virtelo, na freguesia de Cousso, Melgaço, Paulo recebe visitantes, especialmente durante a primavera e o verão, para interagirem com as abelhas. “Faço uma visita pelo apiário, falo um bocadinho da biologia da abelha, passo pelo laboratório e termino a abrir uma colmeia populosa”, conta o apicultor. E sem recurso a fatos de proteção. “Algumas pessoas põem as abelhas logo na mão, para tirar a fotografia.”
No final, saboreia-se o mel e outros produtos regionais, como o queijo e o bucho doce, uma sobremesa típica. “O trabalho que eu faço é único na Península Ibérica”, remata.