Porco Saloio

Porco Malhado de Alcobaça

A experiência de uma década com os suínos em explorações “industriais” é determinante para João José Santos, que começa a sentir “gosto pelos porcos”. Ademais, a produção intensiva não era bem o que este engenheiro zootécnico de formação queria para a sua vida. Resultado: em 2019 implementa o projecto da sua vida, o Porco Saloio. E quem é o protagonista? O Porco Malhado de Alcobaça.

Benedita, Alcobaça
+ 351 965 166 754

www.porcosaloio.pt
porcosaloio@gmail.com

Facebook/@porcosaloio
I
nstagram/@porcosaloio

Onde Comprar
Talho das Manas

Apresentado por
João Rodrigues, Feitoria


Texto de Patrícia Serrado

Durante dez anos, João José Santos, engenheiro zootécnico, deixou a “marinar” a idea de implementar um projeto pessoal, na Benedita, freguesia do concelho de Alcobaça, com o Porco Malhado de Alcobaça. Paralelamente, esta raça autóctone que, até ao virar da página para o século XXI, esteve na iminência da desaparecer, começa a conquistar terreno em terras cistercienses. 

Em 2017, decide experimentar criar porcos desta raça autóctone. “Já eram criados ao ar livre, com o intuito de, mais tarde fazer qualquer coisa.” Reuniu as condições para avançar com o seu sonho – “na prática, estive a preparar o terreno” – e, entre Abril e Junho de 2019 cria a sua empresa, o Porco Saloio. O primeiro lote é constituído por 18 animais. 

Mas porquê este nome? “Porque ‘saloio’ tem a ver com a região Oeste e porque se trata de uma conotação ‘campestre’, muito ligada ao tradicional e eu estou a replicar o que se fazia antigamente, sem descurar o que é exigido actualmente em termos sanitários.” Por exemplo, a alimentação do Porco Malhada de Alcobaça da Porco Saloio é feita à base de fruta. “O que usamos são as sobras da produção frutícola da maçã de Alcobaça.” Há, portanto, um papel ativo no combate ao desperdício alimentar por parte desta empresa. Além disso, “os animais são criados ao ar livre”. Ou seja, a maternidade está localizada no concelho vizinho da Lourinhã. Após os dois meses, os porcos são submetidos ao desmame e são encaminhados para dois terrenos situados em Alcobaça, onde permanecem por seis meses. Ao completarem oito meses, os animais são abatidos no matadouro, em Alguber, no concelho do Cadaval.

Inicialmente, era João José Santos quem procedia à venda das peças, ação que, desde Novembro de 2020, está “nas mãos” do Talho das Manas, estabelecimento situado em Ponte do Rol, no concelho de Torres Vedras. “A escolha do Talho das Manas teve a ver com o facto de partilharem da mesma filosofia e de trazerem mais-valia para o produto” através da entrega das peças do Porco Malhado de Alcobaça em Alenquer, Arruda dos Vinhos e em concelhos da Grande Lisboa, bem como da margem sul do Rio Tejo.

Como descreve a carne? “Tem um sabor e uma textura únicas. A alimentação dos animais confere essa diferença no sabor e na gordura, igualmente diferente e mais saudável.”

João José Santos aproveita a oportunidade para reforçar a importância do Porco Malhado de Alcobaça enquanto raça autóctone e a necessidade do seu reconhecimento, deixando a mensagem de que há espaço para replicar este modo de produção mais “caseiro” e feito com a devida transparência neste “Oeste feito de porco e alma”, tal como o slogan do seu Porco Saloio.