Prados de Melgaço

Leite de Cabra Queijo de cabra

Verónica Solheiro e Marco Sousa trocaram a cidade pelo campo. Em Melgaço, de onde são naturais, criam cabras felizes e produtoras de leite de qualidade, o ingrediente fundamental para o sucesso dos queijos da Prados de Melgaço.

Quinta do moinho
Lugar de Malhagrilos, Prado
4960-320 Melgaço
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Introduced by
João Rodrigues


Texto de Teresa Castro Viana
Fotografias de Joana Freitas

“Nós somos naturais de Melgaço. Saímos, estudámos, trabalhámos fora e estávamos mais ou menos instalados na zona de Vila Nova de Gaia, mas passávamos a vida com as malas no carro”, conta Verónica Solheiro, licenciada em bioquímica e proprietária da Prados de Melgaço, com o marido, Marco Sousa.

A vinda do primeiro filho intensificou a vontade de regressar a casa e de lançar um negócio em nome próprio. “Sempre tivemos uma ligação grande aos animais, não propriamente a cabras”, mas a tradição local aguçou a vontade de abraçar o desafio. “Em Melgaço os rebanhos sempre foram maioritariamente de cabras e o prato típico do município é o cabrito. Achamos que, se alguma vez tivesse existido queijo aqui, seria de cabra”, revela.

Devido à inexperiência e à escassez de tradição na produção de queijo de cabra na região, o negócio começou de uma forma muito experimental – “tivemos apoio de pessoas que trabalhavam na área, que já tinham trabalhado numa queijaria, que já tinham tido animais…” –, mas deu frutos: os queijos da Prados de Melgaço começaram a ser fabricados em março de 2015 e foram apresentados ao público na Festa do Alvarinho de Melgaço, em maio desse ano.

O trabalho com o capril começou em 2014, com 220 animais, e hoje contabilizam-se cerca de 350. “São de uma raça do sul de Espanha, a Murciano-Granadina, que se destaca pela qualidade do leite. É bastante rico em proteína e gordura e, para nós, isso era fundamental para fazer queijo. Além disso, em termos de robustez física, seria um animal que conseguiria adaptar-se mais facilmente às condições de Melgaço.” Criadas com carinho, bem alimentadas e mungidas de forma automatizada uma a duas vezes por dia, são o foco de toda a produção.

Depois da ordenha, o leite entra num circuito fechado (o leite de cabra tem a particularidade de “apanhar tudo o que é cheiro e sabor envolvente”), vai para o frio logo que possível, para impedir o crescimento de bactérias, e segue para a queijaria. É lá que se produzem as dez referências da marca, todas sem aditivos ou conservantes, e algumas repetidamente premiadas. “O processo de fábrica é muito lento. Demoramos cerca de quatro horas para ter o queijo pronto para meter nas formas.”

Os queijos curados (curado, cura longa e Pimentão e Alvarinho,) são dos mais procurados, mas há variedades para todos os gostos: fresco, de barrar, amanteigado de cabra, camembert de cabra com Alvarinho e até queijo com cachaço fumado, o mais recente do rol, feito em parceria com a Quinta do Fumeiro.