Quinta da Galeana

Além da aquisição da Quinta da Galeana, propriedade de 23 hectares localizada na aldeia de Nadrupe, na Lourinhã, o ano de 2015 é igualmente marcado pela constituição da Ovinos do Futuro, a empresa do casal Sérgio Henriques, Engenheiro Zootécnico, e Rita Barceló, Engenheira Alimentar. O objectivo inicial consiste em criar a criação de ovinos da raça francesa Romane, proveniente de França, “pela sua aptidão cárnica”, para vender a outros produtores, “sobretudo as fêmeas, para reprodução, e os machos, em parte para reprodução e a restante para carne”, esclarece Sérgio Henriques.

A proflificidade, isto é, a aptidão que as fêmeas desta raça têm para procriar um maior número de borregos comparativamente às demais raças de ovinos, é outra as vantagens apontadas pelo nosso anfitrião, em relação à escolha da Romane, assim como o facto de “a carne apresentar boas características, ou seja, é suculenta, macia e não é demasiado gorda”. A resposta a esta redução de gordura deve-se, em parte, à liberdade concedida aos 250 animais, para pastarem em zona da quinta delimitada. A outra parte está relacionada com o tipo de alimentação à base de palha e reações fabricadas pelos proprietários.

Quem fala da Quinta da Galeana, tem de referir os seus frangos caseiros, “que já criávamos para consumo próprio, em nossa casa”, conta Sérgio Henriques, “mas os nossos amigos também começaram a querer os nossos frangos e foram eles que ajudaram a expandir este negócio.” Estes animais rondam as duas centenas. “São todos criados ao ar livre e alimentados com cereais, milho, cevada, desperdício alimentar de produtos biológicos da Biofrade, que também são daqui, da Lourinhã”, informa.
Em 2019 acresce outro negócio, desta feita ligado aos ovos biológicos da Quinta da Galeana. “O desafio foi feito pela Biofrade [empresa de produção de produtos biológicos] e aproveitámos cinco hectares da quinta para converter em modo biológico, onde as galinhas andam livremente durante o dia. À noite recolhem ao galinheiro.”

Os ovos são vendidos exclusivamente pela Biofrade, enquanto os frangos caseiros da Quinta da Galeana são vendidos no Talho das Manas, localizado no Largo Luís de Camões, 1, Ponte do Rol, Torres Vedras e “que está a fazer a distribuição pela zona de Lisboa. Nós fazemos a distribuição pelos clientes da Lourinhã”. Já a carne dos borregos não é comercializada pela Ovinos do Futuro.

Para complementar a oferta na Quinta da Galeana, Sérgio e Henriques e Rita Barceló decidiram recuperar a casa existente na propriedade, respeitando a sua traça original, e convertê-la em Turismo Rural, sem esquecer a capela, que faz parte do centenário casario desta quinta. De Sérgio Henriques fica a promessa de os hóspedes “sentirem que estão num verdadeiro Turismo Rural”. Além de poderem comer o que ali é produzido, também é possível incluir, à refeição, matéria-prima de outros produtores regionais, como a carne de novilho do pai ou o Porco Malhado de Alcobaça produzido por João José Santos, fundador da Porco Saloio. Mas há mais! Está planeada a criação do Trilho dos Pirilampos na parte mais selvagem da Quinta da Galeana, onde os ditos pirilampos aparecem copiosamente entre Maio e Julho, uma raridade a preservar, e a reserva de uma zona destinada para ioga, prática do culto do corpo e da alma que comunga, na perfeição, com a natureza. “Também vamos ter um picadeiro, que está em construção”, motivo pelo qual haverá futuramente experiência equestres disponíveis para os hóspedes.

A casa é constituída por quatro quartos, três dos quais com mezzanine, sendo que todos estão preparados para receber um casal e duas crianças. “Tem uma sala grande, onde vai funcionar o bar, bem como a zona de estar e a zona de refeições, e uma outra sala, onde irá ficar a nossa loja, para venda a produtos regionais e de outras regiões do país, para que os hóspedes possam degustar ali ou levar para casa.” A cozinha mantém o forno a lenha e possui uma zona de churrasco.
A abertura do Turismo Rural da Quinta da Galeana está prevista para Julho de 2021.