Quem o vê hoje, e à sua equipa, a produzir chocolates e bombons artesanais e a vendê-los em pontos centrais do Funchal, tanto na loja no Mercado dos Lavradores como na primeira que teve e ainda mantém, perto da Sé Catedral, não adivinhará que tudo começou na cozinha de um restaurante tradicional chamado A Estrela, já lá vão dez anos.
Parque Empresarial da Ribeira Brava, Pavilhão 17
9350-104 Boa Morte
+351 291 644 620 /
uaucacau.chocolate@gmail.com
www.uaucacau.com
Lojas no Funchal
Rua da Queimada de Baixo, 11
Mercado dos Lavradores, Loja 19
Apresentado por
Júlio Pereira, Kampo
Texto de Tiago Pais
Fotografias de Tiago Pais
Se há quem tenha aproveitado a pandemia para aprender a fazer pão ou tocar um instrumento, Tony Fernandes — qual Willy Wonka — aproveitou para desenhar uma fábrica de chocolate à sua medida. E não só a desenhou como viu-a nascer em poucos meses: no final de 2020 mudou-se para as novas instalações da sua empresa, no Parque Empresarial da Ribeira Brava.
Quem o vê hoje, e à sua equipa, a produzir chocolates e bombons artesanais e a vendê-los em pontos centrais do Funchal, tanto na loja no Mercado dos Lavradores como na primeira que teve e ainda mantém, perto da Sé Catedral, não adivinhará que tudo começou na cozinha de um restaurante tradicional chamado A Estrela, já lá vão dez anos.
“Trabalhava com o mestre chocolateiro Carlos Valente há uns quatro anos, mas estava farto. Agarrei na minha mulher e pensei que era agora ou nunca, então ficámos com o restaurante”, conta. Problema: os bombons faziam sucesso mas o resto da oferta nem por isso. “Comecei a ficar com dívidas, tive de despachar o restaurante.”
Mas não esmoreceu. Pediu um ano para pagar as dívidas e transferiu o ateliê dos chocolates para casa. Procurou parceiros locais, para acrescentar valor aos bombons — vinho Madeira, rum agrícola, polpa de frutos locais — e o negócio foi crescendo. Certo dia, um empresário e empreendedor local, Maurício Marques, ofereceu-se para ajudar Tony a fazer um projeto para pedir apoios a fundo perdido e assim expandir o negócio. Assim foi, Tony conseguiu esse apoio e abriu a primeira loja, na Rua da Queimada.
Desde aí que é, pode dizer-se, o chocolateiro de referência na Madeira. Sem se deixar, porém, dormir à sombra desse reconhecimento. “Estou sempre a fazer formações: já fiz umas 12, entre Espanha, Bélgica e Itália”, conta.
Na nova fábrica, Tony trabalha com colaboradores que não tinham qualquer formação específica. São apostas pessoais suas, alguns com histórias de vida complicadas, mas que se tornaram, entretanto, indispensáveis. “São umas máquinas”, elogia, enquanto estes vão reproduzindo algumas das mais de 50 referências de bombons que fazem parte do portfólio da Uau Cacau. Um deles, o de maracujá, ganhou medalha de ouro no Concurso Nacional de Chocolate em 2014.